terça-feira, 28 de junho de 2011

Os olhos dela… Sim eu setia desejo, mas ele estava sufocado por aquele Silêncio ensurdecedor.. que ecoava, ecova.

Eu observava sua boca…
Mas da minha…
Saia apenas curtas palavras lacônicas
enquanto toda aquela ansiedade
por não saber o que fazer
odenava que meus olhos fugissem
para além daquela massa de gente amorfa que nos rodeava

“Você já sentiu pânico?”
Me perguntava tomado por incertezas diversas sobre o que dizer o que fazer,
empacado graças a uma mistura contraditória de Medo e Desejo
 “Você já foi alvo de uma descarga violenta de Medo que te deixou sem ação a espera da morte certa?”
Continuava a me perguntar num lugar qualquer
que não era aquele onde eu estava
sentado ao lado dela
enquanto eramos engolidos por aquele Maldito Silêncio.

Em seus olhos observava morrer aquele instante no qual EU
deveria ter dito as palavras certas…
Talvez as palavras certas fossem quaisquer palavras,
talvez sequer palavras e sim alguma aitude que não me permiti tomar,
mas qualquer tentativa de matar aquele triste SILÊNCIO
que nos arrastava para a insônia das noites de expectativas não realizadas…

“O que fazer?”
Continuava a me perguntar
naquela realidade paralela cheia de vozes que me isolam de tudo que é vivo.
E enquanto Ela em silêncio ao meu lado tornava-se uma imagem distante,
uma dessas vozes sentenciava num mantra que
“tudo já estava perdido antes mesmo de poder acontecer”

Não consigo esquecer que vi
Naquele olhar…
a alegria no encontro
e a expectativa suscitada
num momento qualquer.

Mas com pesar, também lembro que
Aquele olhar…
mostrou a tristeza da expectativa quebrada
pelo silêncio desconcertante,
pela atitude nunca tomada.

E outra vez sucumbi ao Medo,
deixando o Silêncio nos consumir noite a dentro
em olhares pesarosos que se evitavam.

E o dia seguinte…
é difícil ir embora
ainda mais quando vejo o sol avançar porta adentro
 na velocidade das horas que correm
(acompanho impassivel. Sei que ele não me alcançará. O ciclo logo fechará)
 e vejo a luz morrer a poucos centímetros da minha mão
(Temos um acordo. O sol e eu) nunca a estendo além destes poucos centímetros
Nem ele altera seu ciclo para a alcançar.

ante a esta porta aberta (que, aliás, sequer é porta, mas portal sem nada para o obstruir)
prefiro continuar a regar as flores mortas
(em verdade apenas promessas de flores que morreram antes o serem)
Por que elas não me surpreenderão
(neste equilibrio natural que alcançaram)
com vozes ou atitudes inesperadas
que ponham a baixo minha des-esperânça tão cuidadosamente construida.
(Ah! a ordem é tão confortável)