As sombras são a minha casa
Nelas, desde há muito, observo a vida
apenas observo
colocado à parte
Escondido de todos na escuridão
sonhava minhas fantasias acordado
suplantando em meu mundo
a inveja que sentia dos prazeres alheios
Via,
incrível, mas é verdade,
no FUTURO a VITÓRIA
CERTA e REDENTORA
suplantar todos os fracassos que sentia.
Porque SABIA:
Das sombras,
refúgio dos dias vergonhosos,
passaria ao alto
iluminado pelo reconhecimento...
Afinal, sofrimento algum deve ser vão!
Mas o tempo correu
hoje me vejo velho...
e ainda me arrasto pelas sombras
à espreita da vida alheia
à espera de migalhas de atenção
Derrotado, como sempre
(já que as vitórias, aprendi, pertencem aos OUTROS)
Apagado, como nunca
porque
não trago mais o brilho do futuro
refletido nos olhos
Das sombras continuo a observar vitórias
Figurante obscuro e sem falas de uma peça
cujo erro em cena
ou ausência no palco
sequer seriam notados
Continuo um corpo inanimado ambulante
(caminhando pelos corredores)
de maneira incólume. Sem voz ou rosto,
fantasma de carne e osso,
através do qual todos olham, sem jamais ver
Perdido num labirinto de livros incompreensíveis
Sem matéria, imerso num mar de pessoas...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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